Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida. Ninguém
vem ao Pai senão por mim. (João 14:6)
Todos nós nascemos com uma doença universal que é humanamente incurável
e irreversível: o pecado. Esta doença poderia ser representada por um acróstico
que chamaríamos de “h i v” espiritual. A letra h representaria
a herança do pecado Eis que em iniquidade
fui formado e em pecado me concebeu minha mãe. (Salmo 51:5). Esta
é a herança que atinje em cheio toda a raça humana, contaminando-a com o pecado
de Adão.
A letra i sería a inclinação para o
pecado Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que
nasceram, proferindo mentiras. (Salmo 58:3). A inclinação
das pessoas é voltada inteiramente para a maldade. É uma consequência direta do
pecado de Adão. Toda a humanidade possui uma inclinação herdada para o pecado,
que se manifesta na indiferença para com a vontade e “o caminho” de Deus. Esta
tendência nos acompanha desde o nascimento. As crianças não precisam ser
ensinadas para praticar o mal até a morte.
E, por fim, o v significaria a vontade de pecar Anteriormente,
todos nós também vivia entre eles, satisfazendo as vontades da nossa carne
seguindo os seus desejos e pensamentos. Como os outros, éramos por natureza
merecedores da ira. (Efésios
2:3). Não somos pecadores porque cometemos pecados;
pecamos porque somos pecadores.
A vontade é aquilo que queremos por nossa própria escolha aprisionada e
escravizada. Nossa vontade é escrava de uma rebeldia que nos separa do Pai
Celestial. A natureza humana é caída e a sua rebeldia contra Deus é pessoal,
mesmo que na maioria das vezes não seja declarada. A vontade do ser humano
determina o que vai falar, pensar e fazer.
Enquanto esta vontade não for gerada e controlada por
Deus nunca e de nenhuma maneira poderemos agradá-Lo para louvor e
glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado. (Efésios
1:6).
O pecado é o princípio que move as pessoas que ainda não sofreram os
impactos da obra de Deus em Cristo. O pecado de Adão tornou impossível à
humanidade ter acesso ao caminho da vida por seus próprios
feitos E, havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do
jardim do Éden e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o
caminho da árvore da vida (Gênesis 3:24).
Desde então, o ser humano se tornou alguém que vive uma separação
natural de Deus. À partir do nosso nascimento natural já estamos em “rota de
colisão” com a vontade Divina. Nascemos e vivemos numa estrada contrária àquele caminho
pretendido e proposto por Deus ao nos criar porque todos pecaram e
destituídos estão da glória de Deus (Romanos 3:23).
Mas, mesmo que as pessoas nasçam em rebeldia contra Deus, porque ainda
persiste a intenção humana de ir ao encontro, forjando seus próprios caminhos
para alcançar a um ser superior? E o que dizer do desejo íntimo e não
satisfeito que a humanidade tem de se aproximar de alguma divindade?
No momento em que O Criador expulsou Adam (homem e mulher) do Éden, toda
a busca do sentido da vida e o consequente vazio existencial gerado por esta
busca só podem ser plenamente satisfeitos pela ação redentora de Deus, na
suficiência da obra de Cristo e pela ministração do Espírito Santo que traz o
convencimento da realidade da separação de Deus do pecado porque não creem
em mim (João 16:9)
É no contexto desta encruzilhada de cegueira existencial humana que a
afirmação cristo Centrica do Mestre em João 14:6 faz todo o sentido! A única
capacidade que o ser humano tem, na tentativa de se reaproximar de Deus, é a de
criar sistemas teológicos e rituais religiosos que revelam somente a sua fuga e
a distância do amor do seu Criador.
Disse-lhe Jesus é uma afirmação que remete a autoridade de
Cristo. Fala também da origem e de quem é a posse desta autoridade. Disse-lhe é
uma ação verbal presente, contínua e durativa que demonstra a certeza da
afirmação que será feita. Este tipo de declaração de Jesus é sempre um
pronunciamento que pode até ser rejeitado mas, não aceita a contestação ou o
descrédito das avaliações humanas.
Sempre que nos reportamos a uma declaração revelada pelo Pai nas
Escrituras, não devemos considerar somente o peso da autoridade de Quem fala,
mas, a origem e as intenções redentoras contidas em Suas declarações. O maior
beneficiário da revelação do Pai em Cristo é a nossa raça caída (separada
de Deus) e humana (sem possibilidades de chegar até Ele).
Quando Jesus diz algo sobre a sua Pessoa e Obra, o benefício sempre
recai sobre as pessoas que dão crédito às suas declarações. Quando o Mestre
fala é para ser ouvido, crido e experimentado. Em nenhuma das declarações de
Jesus cabe a dúvida ou mesmo o relativismo próprios do ser humano. Afinal,
estas palavras só podem fazer efeito na vida daqueles que foram convencidos da
sua absoluta impotência e carência humanas e se vêm necessitados da mensagem e
da obra de Cristo na cruz!
Eu sou o caminho aponta para a centralidade de
Cristo. O Eu sou é um jogo de palavras que enfatiza e
centraliza todas as atenções de seus ouvintes, convergindo-as para uma só
Pessoa. É o sujeito da ação chamando a atenção para Si mesmo. Esta declaração
só pode ser feita por Quem tem totais condições de assumir a responsabilidade
da centralidade em relação ao projeto redentor da Divindade.
A obra de Cristo, através da sua morte, ressurreição e ascensão, abre o
caminho para aqueles que creem Nele. Está sendo apontada aqui uma estrada ou
caminhada única que levam a humanidade à restauração da comunhão com o Seu
Criador, por causa daquilo que O Filho já realizou em Sua obra. Tem também o
sentido de um “estado” ou uma “condição” na qual somos inseridos por uma única
operação Divina: a obra da cruz!
Não se trata apenas de viver um estilo de vida diferente das demais
pessoas. Neste caminho só podemos ser colocados por Deus, jamais
poderíamos achá-Lo por nós mesmos. Seguir por este caminho proposto
pelo Senhor é trilhar na contramão da história humana em sua fuga de Deus e
sempre enclausurada na mesma tentação feita no Éden e sereis como Deus. (Gênesis
3:5). Estar no caminho é andar pela estrada sem volta
que leva a Deus. Esta estrada de mão única que nos conduz ao paraíso celestial,
sempre apontou (Antigo Testamento), aponta e apontará (Novo
Testamento) para a bendita Pessoa de Cristo!
E a verdade diz respeito ao conteúdo ensinado
pela Pessoa de Cristo sobre Si mesmo. Por esta razão, a verdade revelada
por Deus em Cristo é a não-ocultação de Sua intenção redentora na esfera da
eternidade. A verdade revelada pelo Pai é o Seu tema teológico
principal: o ensino do Seu Filho Amado!
A experiência do conhecimento da verdade de Deus em
Cristo exige uma relação harmônica e pactual entre Aquele que a revela e o que
a recebe com conteúdo revelado. Cristo é a verdade que converge a Pessoa
Daquele que está em nós com aquilo que somos, isto é, com aquilo que queremos,
sentimos, pensamos e fazemos.
Só conhecemos a verdade quando somos levados a
experimentar a realidade, autenticidade, confiabilidade e dependência total da
Pessoa que se auto personifica ou se diz ser a verdade em Pessoa: Cristo!
E a vida nos remete a essência da
obra de Cristo. É o dom que Deus dá possibilitando a comunhão com Ele. Viver a
vida de Cristo significa participar de uma realidade imperecível e plenamente
triunfante sobre a nossa morte. É viver através de uma vida que não é e nem
pode vir de nós mesmos. Uma das coisas mais significativas da teologia de João
é o fato de situar a possibilidade da vida, que é o próprio Cristo
e tem dimensões eternas, à partir da realidade presente de quem conhece o Filho E
a vida eterna é esta: que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus
Cristo, que enviaste (João 17:3).
Ninguém vem ao Pai senão por mim diz respeito ao acesso ao Pai pela obra
do Filho. O verbo vem enfatiza uma ação que acessa a
humanidade ao Pai pela obra de Cristo. Também chama a atenção para o fato de
que o maior beneficiário nesta obra de Deus em Cristo é a humanidade. É
impossível irmos até Deus por nós mesmos porque a intenção redentora Divina é
fazer o caminho contrário.
Não existe nada que possamos fazer para nos achegar a Deus. O máximo que
conseguimos por esforço próprio é forjar sistemas religiosos, oriundos da
religiosidade humana desde o Éden. A única coisa que podemos e devemos fazer é
“crer” que Cristo já fez tudo em Sua obra, proporcionando o caminho de
retorno à comunhão com o Criador! “Todo o que vê a Cristo pela fé, vê ao Pai
Nele”
A suficiência do método redentor Divino está no fato de Ele vir até
mim e não em minha tentativa de ir até Ele! Cada pessoa que
nasceu, nasce ou nascerá neste planeta é objeto exclusivo de um amor Divino que
não desiste da raça humana “Deus ama tanto a cada um como se não existisse
ninguém mais a quem pudesse dedicar seu amor” Santo Agostinho. Somente a
Sua vinda até nós pode fazer com que nos acheguemos a Ele!
Porém, apesar de sermos uma humanidade amada pelo Seu Criador, ninguém
pode ser incluído neste projeto redentor de Deus, enquanto não for levado a
confessar que é somente pela fé Dele gerada em nós, que temos acesso à Sua
gloriosa presença!
Nunca existiu, existe ou existirá uma só pessoa que não precise passar
pela obra da cruz. Não há nada que eu possa ou deva fazer para contrariar a
esta intenção eterna do Pai. Mas, para que a obra de Cristo seja revelada a
nós, precisamos desistir de viver tentando conquistá-Lo e
agradá-Lo por nós mesmos. O Pai não se deixa levar a não ser pelo Seu próprio
amor expressado em Cristo na obra da cruz.
A obra de Deus em Cristo é demarcada pela dinâmica da morte.
O Pai só tem relacionamento e comunhão com pessoas mortas-vivas, ou
seja, aqueles que já foram mortos para o pecado em e através da
Sua obra no calvário e vivificados pela ressurreição do Filho, revelada pelo
Espírito. Deus não tem relacionamento com pessoas vivas-mortas que
ainda tentam fazer a sua lição de casa religiosa para obterem acesso ao Pai.
São os que ainda estão mortos em seu pecado e pensam que podem viver ou se
aproximar de Deus por si mesmos.
O crer na obra de Cristo só acontece quando o Pai,
pelo Espírito, nos revela que é somente pelo desempenho redentor do Filho que
temos acesso a Ele! Que o Senhor nos revele que este fato universal
centralizado em Cristo, a obra da cruz, por nós, em nós
e para a Sua glória!
O verdadeiro caminho é o Senhor Jesus. ele é o nosso advogado. A Ele todo o nosso culto e amor.
ResponderExcluirMensagem com excelente discernimento, Pastor.
Em Cristo,
Tunin.
Olá amigo.
ResponderExcluirBuscar a palavra, colocar em quaisquer meio de comunicação, fortalecendo o bem e o sentimento de fé.
faz com que o mundo torne-se um pouco melhor
Uma semana de Paz
Abraços,
BrBão